Sunday, February 23, 2014

Fui ver o Rei Leão - Viagem África do Sul

Passei o ano novo de 2014 na Africa do Sul e queria compartilhar esta experiência com amigos e pessoas que querem saber um pouco mais sobre como é viajar para lá.

Primeiro, se está pensando em ver o Rei Leão é bom se programar com antecedência, pois os vôos não são baratos. Tive sorte de comprar e pagar a passagem com vários meses de antecedência quando o dólar estava um pouco mais baixo. Com passagens compradas é preciso tomar a vacina contra febre amarela, se já tiver tomado (meu caso) basta procurar uma unidade da Anvisa para obter o certificado de vacinação internacional que é obrigatório para embarcar (veja aqui como fazer o pré-cadastro antes de ir na Anvisa). 

Eu tive somente 12 noites então decidimos fazer apenas duas coisas:

Safari no Kruger Park


Quando pensamos em África (para turismo) pensamos em Safari, não? Bom, a dica aqui é procurar e reservar o Safari com muita antecedência, porque os bons e baratos menos caros esgotam as reservas rapidinho. Fizemos uma boa pesquisa sobre as opções e reservamos um chamado Simbavati. Para chegar lá pegamos uma conexão de Johannesburg para o aeroporto (HoedsPruit) próximo ao parque.

Quando descemos no pequeno aeroporto já fomos recebidos pela gentil equipe do nosso Lodge, eles te buscam como uma pequena van e a aventura começa ali. Já no caminho, em uma rodovia que cruza o parque, pudemos avistar girafas, zebras e alguns outros animais. Reservamos uma tenda, então você já imagina uma barraca muito quente, com mosquitos e exposta a todos os perigos da selva africana, né? Nada disso, a surpresa é a ótima infra-estrutura do local, a tenda é enorme, tem ar-condicionado, banheiro com aguá quente e ainda dá pra acessar wifi da recepção. Melhor que meu quarto, olha só:




Assim que chegamos, um safari da tarde estava para começar, então já fomos para um dos Jeeps (que na verdade são Land Rovers). Era uma tarde e sol e fazia muito calor e estas são as boas condições para ver os bichos. Quando entramos no mato vem a primeira surpresa, nada de savanas e árvores enormes como na tv, tudo era muito verde e as árvores pequenas (parece muito o cerrado brasileiro). 

Eu não sei vocês, mas eu cresci vendo O Rei Leão da Disney, então passava o caminho todo procurando os personagens. Tivemos muita sorte, já no primeiro dia vimos muita coisa. Segunda surpresa, os bichos parecem domesticados (alguns mais que muitas pessoas aqui da capital  :P ). Não ache que vai ver leões comendo zebras ou crocodilos atacando guinus como na National Geographics. Os bichos são selvagens, mas tem tanta empresa fazendo turismo (consciente) que eles já estão acostumados com o movimento de carros. O leão da foto abaixo, por exemplo, ficou fazendo pose para todos por muitos minutos sem parecer incomodado, esse aí claramente era o gatão do pedaço, hehe.





A noite termina com um jantar a luz de velas (com os hóspedes de todos os lugares do mundo) num céu estrelado, aproveite porque em São Paulo as luzes que vemos no céu são aviões e helicópteros.

No dia seguinte, após acordar as 4h30 da manhã (aff) nós descobrimos porque tudo estava tão verdinho. Era a temporada de chuva, choveu muito forte praticamente por um dia inteiro e o Safari da manhã acabou nem saindo. O problema é que você não pode sair do lodge então só nos restou dormir e acessar internet (Thank God).

Choveu tanto que quando acordamos no dia seguinte tinha um pequeno riacho na frente do Lodge que não existia quando chegamos. A parte ruim de tudo isso é que os bichos, assim como nós, se escondem da chuva. Então não vimos mais tantas coisas, muito menos felinos. Na Africa existe o termo Big Five Game, é o que todo mundo quer ver, vimos 4 dos cinco (Leão, Elefante, Rinoceronte e Bufalo) só não vimos o Leopardo (#chatiado).

A experiência do Safari, apesar da chuva, me surpreendeu. Achei bem legal, as vezes ficamos muito próximos dos animais e a sensação é quase como um Jurassic Park. O lugar que ficamos é muito bacana e a Staff é incrível. No fim do post tem um link com mais fotos dos bichos.

Cape Town


Depois de 3 noites no safari (sim, acho que é suficiente), pegamos um avião e fomos direto para Cape Town ( Cidade do Cabo). Chegamos no dia 31 de Dezembro prontos para o réveillon.

Descansamos no apartamento que alugamos via AirBnB (ótima opção) e por volta das 22h00 nós saímos a procura de algum lugar para comer. Depois de caminhar por mais de 1 hora procurando por restaurantes a única coisa que achamos foi um lugar chamado Pigalli, onde estava acontecendo um baile da terceira idade com uma bandinha tocando hits dos anos 70. A gente só queria comer, mas aquela era uma noite especial no lugar e isso custava caro. Bom quando o garçom falou o preço nós decidimos ir embora, mas o gerente (Português) que percebeu eramos brasileiros acho que ficou com dó e propôs uma mesa com preço do menu regular. Resultado, passamos a virada comendo e vendo o velhinhos se requebrarem no baile (pelo menos o peixe estava maravilhoso).

Ahh se você está acostumado a sair tarde para comer, vai ter que aprender a comer cedo. Lá as 21h00 as pessoas já estão terminando seus pratos no restaurante. Outra coisa, não existem bons restaurantes o suficiente para todos os turistas (em alta temporada), então é preciso reservar tudo. A dica é comprar um chip local assim que chegar, pois vai precisar ligar para os restaurantes.

Pegar táxi na cidade também é complicado nestas datas, pois muitos taxístas são pilantras como muitos aqui do Brasil. A solução foi alugar um carro, e essa foi a melhor escolha que fizemos. Com um carro, google maps e fousquare conseguimos encontrar vários lugares interessantes. Não se anime com as praias, algumas são lindas, mas a aguá é muito gelada, praia lá é só para olhar. Minto, se você for para o outro lado da Península (Fake Bay) é possível entrar no mar :)

Se por um lado a cidade ficou um pouquinho aquém das minhas expectativas ( talvez porque elas eram altas demais), os arredores dela foi a grande surpresa. As paisagens são de tirar o fôlego ( fizemos tudo de carro). Se você gosta de vinhos, vai adorar conhecer a Wineland, se não gosta vai valer a pena também pelas paisagens. Nós passamos mais de 2 dias apenas visitando vinhedos, quase todos tem ótimos restaurantes e degustação de vinhos. Aproveite para comer e beber bem, os preços são muito mais acessíveis que no Brasil e é possível encontrar lugares muito muito bons.








Duas paradas obrigatórias na região dos vinhos são Stellenbosch e Franschhoek. A primeira, uma cidade universitária com muitas opções de restaurantes e galerias de arte/artesanato. A segunda, um simpático vilarejo (colônia Francesa) com excelentes restaurantes, alguns dos melhores chefs do país estão ali, mas é claro que precisa reservar com alguns meses de antecedência para os restaurante estrelados.

Aqui um albúm com uma seleção de fotos que tirei na África do Sul

Fecho o post com uma lista de lugares que fui e gostei:

Pontos Turísticos:
  • Jardim Botânico (vá com tempo, coma no restaurante e depois tire um cochilo debaixo das árvores, o lugar é incrível)
  • Chapman's Peak (é uma rota pra fazer de carro com uma vista espetácular, nós paramos em um hotel restaurante no por do sol)
  • Table Mountain (prepare-se para as longas filas, compre seu ingresso pela Web)
Restaurante/Café (reserve com antecedência):
Vinículas

Coloco em breve aqui a lista.

Abraços
Ricardo Rodrigues



Wednesday, September 12, 2012

Praia do Bonete - Um paraíso com mosquitos



Acabo de voltar da paradisíaca IlhaBela-SP e estou escrevendo este post com pequenas pausas para coçar as picadas de "borrachudo" que levei durante a viagem. Mas tudo bem, acho que assim que a coceira passar ficarão só as boas lembranças, que foram muitas.

Decidimos conhecer um canto da ilha chamado Bonete, uma pequena praia com um vilarero de pescadores, que segundo a lenda são descendentes de um náufrago de um Navio Pirata Europeu. Histórias a parte, o lugar é um espetáculo.

Existem duas formas de chegar em Bonete:

  • Pelo mar - Alguns marinheiros te levam em pequenas lanchas por aprox. R$120,00 para duas pessoas. É possível agendar esta travessia com algumas das poucas pousadas do Bonete. Nós ficamos em uma chamada Porto Bonete. Dependendo das condições do vento não é possível fazer a travessia de barco.
  • A pé - Existe uma trilha que pode durar de 4 a 5 horas e vocë chega andando a praia do bonete.
A trilha...


Não deve ser difícil imaginar que escolhi a trilha para chegar a praia de Bonete. Primeiras dicas, não subestime os alertas sobre os mosquitos, faça esta trilha de calça comprida e camisa manga lona e não economize no repelente. Os borrachudos estão por toda a parte e nesta trilha e eles são impiedosos, mesmo com repelente levamos umas dezenas de picadas. 





Existem três cachoeiras na trilha, a primeira é a mais legal, dá pra dar um mergulho e até escorregar em umas pedras. O visual é tão bonito que você ignora a água fria e pula, em alguns minutos você quase congela e então sai da água e os mosquitos te atacam enquanto você se apressa para se vestir e reforçar o repelente. Mas vale a pena, o banho é energizante e vai por mim, você vai precisar.

A trilha é super pesada, o caminho é todo acidentado, existem muitas subidas e trechos escorregadios. Se não gosta de exercícios ou está muito sedentário considere não ir por este caminho. Se decidir se aventurar comece cedo para não pegar a trilha a noite, pois nós levamos quase 4 horas (com pausas) para concluí-la.


Eu rastrei a trilha com um aplicativo do Iphone, olha só:




Praia do Bonete...

Quando conseguimos avistar a praia de bonete começamos a entender porque muitas pessoas se aventuram para chegar neste lugar tão isolado, é uma paisagem composta de montanhas, rios, rochas e árvores na praia.





Dica número 2, se você precisa de uma boa estrutura turística Bonete porde não ser uma boa opção. O pequeno vilarejo possui apenas 270 habitantes, uma igreja católica e duas envangélicas, uma venda e dois telefones públicos, celular? nem sonhe. A energia vem de um gerador que para de funcinar as 22h00, racionar é preciso. Existem apenas 3 pousadas e um menu único na vila com poucas variações combinando arroz, feijão e anchova.  Não quero ver anchova por um bom tempo !


Por outro lado os moradores são super simpáticos e caprichosos, as ruas de terra batida e os quintais estão sempre limpos. Quando você não avista o mar a impressão é de estar na roça, tem muito verde, cheiro de terra, cachorros correndo atrás das galinhas na rua, beija flores por todo lado. Os que saem de casa a noite usam suas lanternas para guiá-los e o jantar é sempre a luz de velas e ao som dos grilos, romântico não fossem os mosquitos.

O que fazer em Bonete...

Uma opção é fazer Nada, que seria muito bom não fossem os mosquitos te atormentando, então melhor se mexer. Em 30 minutos você ja percorreu todo o vilarejo, mas se além de relaxar na praia você gostar de atividades dá pra fazer alguns programas.

Surfistas encaram a trilha com suas pranchas para surfar em Bonete, a praia é conhecida por ter boas ondas, mas este não foi o caso, o mar estava relativamente calmo, mesmo assim arrisquei umas brincadeiras com uma prancha para iniciantes. 




A conselho da Mariana (gerente da nossa pousada)  programamos um passeio de barco com um marinheiro caiçara nas praias vizinhas, foi uma das melhores coisas que fizemos, os lugares são lindos.  Aproveitamos para mergulhar com um snorkel e como a região é bem rica e preservada conseguimos ver vários peixes, algumas arraias e até um pinguim perdido (coitado). Também vimos tartarugas no barco.
Se o mar estiver calmo você pode alugar um kayak na pousada Canto Bravo, nós ficamos 1h30m remando foi um bom exercício.



A praia do Bonete é quase exclusiva, em vários momentos eu era o único nela, então aproveitei para começar alguns dos meus dias com uma corrida na areia.

O único lugar onde você pode ter uma refeição diferenciada (alguma coisa mais elaborada com Anchovas) é a pousada Canto Bravo, eles vão te proporcionar uma ótima experiência com um menu simples e honesto por R$43,00 ( entrada + prato + sobremesa, eles também possuem uma boa carta de vinhos).

Última dica, termine a noite vendo as estrelas na praia ao som das ondas do mar, o fato da vila quase não ter luz faz você conseguir enxergar muita coisa, é fácil ver estrelas cadentes, incrível!


A volta....

Depois de 4 noites isolados da civilização, decidimos voltar com o barco para o outro lado da ilha e tivemos uma ótima supresa para finalizar a viagem, além de muitas tartarugas avistamos uma baleila. Sim, “o melhor é quando vamos pra Baleia” By Nissim Ourfali.

Energias renovadas, muitas marcas de borrachudo e pronto para o batente !

Mais fotos

Até o próximo post.


Sunday, February 26, 2012

4 dias bem sobrevididos na Amazônia

Sempre que encontro estrangeiros uma pergunta comum é: você conhece a Amazônia? A minha resposta sempre foi NÃO. Refletindo um pouco mais, acho que nunca havia nem pensado nesta possibilidade. Infelizmente esse desconhecimento e falta de interesse sobre nosso patrimônio Amazônia é muito comum, e isso me faz pensar que muitas pessoas que estão fora do Brasil estão muito mais ligadas e preocupadas do que nós brasileiros.

Bom, este carnaval resolvi fazer algo diferente, enquanto todos se programavam para pular os carnavais do Rio, Salvador ou interior de Minas, eu decidi finalmente conhecer a Amazônia. Meus amigos mais próximos sabem que nunca me interessei muito por multidões, música de má qualidade, gente bêbada, etc..Ou seja, escolher a floresta como meu destino para o carnaval foi fácil.

Ao iniciar a programação da minha viagem eu logo descobri um dos motivos de muitos brasileiros não conhecerem a Amazônia, tudo o turismo por la é muito caro, os preços são para gringos. Encontrei passagens a R$900,00 (buscando com um mês de antecedência) os hotéis de selva quase todos cobrando mais de R$300,00 a diária (tudo bem que algumas atividades estavam incluídas). Depois de vasculhar muito na internet e achar tudo muito confuso, acabei decidindo ficar no Ecopark por R1300,00 duas noites (3 dias) com tudo incluído, refeições (sem bebidas), transporte e diversas atividades.

Peguei um vôo de São Paulo e depois de ~3h30 estava na cidade de Manaus, como cheguei a noite eu reservei uma diária no Hi Hostel Manaus. O lugar é simples, mas decente e pelo valor não posso reclamar, paguei R$30,00 para ficar num quarto privativo com ar condicionado. :)

Praia do Ecopark
Primeiro dia, o pessoal do hotel me buscou no albergue e me levou para o ponto de partida do encontro das águas, um fenômeno interessante onde os rios Negro e Amazônas se encontram, mas não se misturam. É interessante, mas fui num barco muito devagar, demoramos 6 horas para ir e voltar. Só cheguei no hotel no fim da tarde, confesso que estava preparado para levar picadas de pernilongo, passar calor e dormir em lugares desconfortáveis, mas fiquei surpreso com o hotel, é realmente fantástico, uma infraestrutura impressinonante.  A comida era ótima, eu que não sou muito fãn de peixe, comi todos os dias.


Boto Cor-de-Rosa
No segundo dia fui nadar com os botos cor-de-rosa, dica: tente ir com grupos pequenos, muitas pessoas nadando ao mesmo tempo acabam assustando os simpáticos bichinhos. Depois visitamos uma tribo indígena que fizeram algumas demostrações de dança e instrumentos. No fim da apresentação os índios nos convidam para dançar com eles, eu fui escolhido para dançar com uma adorável indiazinha. Foi muito curioso esse contato com nosso povo nativo, pensar em como eles viviam,  que sou um descendente, todo o conhecimento medicinal que eles possuem. Como seria sem a colonização?





No fim da tarde ainda visitamos uma reserva de macacos e a noite fizemos o que eles chamam de focagem de jacarés, nada mais é que sair com o barco a noite e com uma lanterna tentar encontrar os jacarés no rio, assim como os gatos quando a luz bate nos olhos do jacaré eles brilham então sabemos que o danado esta alí. Não  vimos muita coisa, até porque estava chovendo, mas navegar com o barco a noite entre os igarapés é interessante, o silêncio, escuridão e a aparência frágil do barco provoca uma certa adrenalina (para não dizer medo).


No terceiro dia fizemos uma caminhada na floresta com nosso guia (um indígena engraçado e contador de histórias) foi interessante, mas estávamos as margens do rio Negro onde a fauna é muito menor que no rio Amazonas, então não vimos um animal sequer. A tarde fizemos o check-out no hotel e seguimos de volta para Manaus onde passei mais uma noite. Aproveitei para conhecer um pouco da cidade, que a princípio é um pouco chocante, o centro é muito sujo e feio, mas existem algumas coisas legais para visitar como o teatro Amazonas. Dá pra imaginar um teatro destes no meio da "floresta" a 100 anos atrás? Fiz um 360 de uma sala teatro, dê uma olhada no luxo (clique e depois arraste o mouse para ver):


No quarto dia, fiz uma escalada em uma árvore de 30 metros com a empresa Amazon Tree Climbing, a atividade é cara (R$240,00) , mas é original e divertido se você gosta de exercício e não tem medo de altura. Essa foi a única atividade mais "radical" que encontrei, infelizmente, a amazônia possui um turismo só de observação, eu esperava encontrar atividades como bike, kayak, etc..mas não encontrei!

Escalada em uma árvore de 30 m
Na tarde do meu último dia visitei o instituto de pesquisa IMPA e o zoológico do SIGS, onde pude observar alguns animais em extinção como o peixe boi, onça pintada e as simpatícas preguiças.

Eu foi isso, fiquei muito satisfeito com minha viagem, ao contrário do que muitos dizem, existem sim muitas atividades e coisas interessantes pra ver.  Os amazonenses são pessoas acolhedoras, humanas, simpáticas e sempre de bom humor, foi bom entender um pouco mais sobre a cultura local, seu modo de vida e princípios.

Eu particularmente gostei muito do contato com a natureza e os animais, comi muito bem, os peixes são deliciosos e os sucos também, minha única dificuldade era em lembrar todos aqueles nomes, taperebá, tucumã, tucupi..parece tudo igual ! rs
Bom, depois de 4 dias relaxando na Amazônia, energias renovadas ! Então é hora voltar para o ritmo frenético de trabalho em São Paulo e Rio.

Mais fotos e vídeos da viagem (clique para ver maior):


Até o próximo post !

Monday, November 14, 2011

Halloween em Londres

Depois de hesitar muito, finalmente conheci Londres. Mesmo não achando companhia eu resolvi viajar sozinho, coisa que não faço com muita frequência. O bom da viagem desacompanhado é que ficamos de uma certa forma mais abertos para novos contatos...especialmente quando vamos para albergues, que foi o meu caso.

O estranho foi chegar lá e continuar escutando Francês. Claro, com um feriado na França só podia ser assim. Haviam muitos franceses no meu albergue, mas eu acabei ficando num quartos com outros 3 italianos, uma garota (que dormia quase o tempo todo) e um casal de amigos, todos simpáticos.

Eu fiquei em um albergue enorme chamado Generator Hostel. Geralmente prefiro albergues menores, ou se tiver algum couch surfer para me alojar, melhor ainda. Mas foi o que consegui encontrar para as datas da minha viagem. Apesar do albergue não ser grande coisa ele está na região do bloomsbury que é bem prática para se locomover. Aliás, o sistema de transporte em Londres é excelente, muitos onibus dia e noite além de uma grande rede de trens e metrôs.

Como era de se esperar fazia um pouco de frio e o céu esteve nublado quase todo o tempo. Mas acho que tudo isso tem um propósito sabia? Londres tem que ser cinza, caso contrário as cabines telefônicas ou ônibus vermelhos teriam nunca teriam o mesmo contraste. :)



 Uma outra coisa legal desta viagem é que foi na época de halloween, então haviam muitas pessoas fantasiadas nas ruas, muitas festas, foi bem divertido. Não que seja necessário ser halloween para ver coisas diferentes, acho que mesmo caminhar sem rumo, pegar o metro já é interessante, ver a diversidade e o cosmopolitismo.




Como existem milhares de guias sobre o que fazer em Londres, vou poupá-los e não vou escrever muito, apenas as coisas que eu gostei e recomendo:
  • Caminhe durante o dia no bairro Camden Town (uma região repleta de comércios alternativos, antiquários e alguns pequenos restaurantes)
  • Coma um Fish & Chips no The Rock & Sole Plaice (10 libras)
  • Visite o museu de história natural (gratuíto)
  • Assista um dos vários musicais em cartaz  (entre 20-40 Libras)
Acho que a viagem atendeu as minhas expectativas, fui a lugares bacanas, conheci pessoas interessantes e espero voltar mais vezes. Logo abaixo mais fotos da viagem, acho que elas dizem muito mais do que qualquer coisa que eu pudesse escrever. Só clicar para ver em tamanho maior:




Quando a preguiça passar escrevo mais no blog...:P


Beijos e Abraços
Ricardo

Wednesday, November 09, 2011

Récépissé de Demande de Carte de Séjour..Doubts and answers




I'm a Brazilian living in France, and after I arrived here I always had some doubts about travelling in Europe without my "carte de séjour". So now I got some answers and I think it may be useful for other foreign people living in France.

I came to France with a scientific visa valid for 3 months, during this period I had to request my "carte de sejour" to allow me living in France after my visa expiration,  but some times it can take a long time and your visa will probably expire before you receive your "carte de sejour". So French prefectures give you what they call "Récépissé de Demande de Carte de Séjour" (it took some weeks to arrive). This is a receipt saying that you've requested your residence permit and is a valid document in France when presented with any ID card (passport for example).


But if you want to travel outside France, is it allowed using this receipt? I went to the prefecture in Nice (close to where I'm living) and they said if leave France I can not come back only with this receipt ( "Récépissé de Demande de Carte de Séjour"), but I can request a return visa (visa de retour) and this + the receipt will allow me to come back to France.

To request a return visa I went to the prefecture, in the foreign department and asked for a "visa de retour", they will give you a form to be filled with simple information, like where are you going and which dates. You have to pay around 6 euros and give them:

- Picture
- Copy of your passport
- Copy of your receipt of "Carte de sejour"

It takes 10 days to be ready in Nice, and them you have to come back with your passport in hands. They will put some stamps in your passport and write the period you can leave the country.

 So if you are planning to travel outside France and are still waiting for your carte de sejour, try to resquest the "visa de retour" at least 10-15 days in advance. It will guaranty you be allowed to come back. I also keep some documentation with me in my travel, as the receipt, address, contracts.

P.S. People who already have an expired "carte de sejour" and are waiting for a new one with the receipt in hands are supposed to be allowed to travel. But its better to confirm it.


Tuesday, September 20, 2011

Quem tem boca vai a Roma !



Resolvi parar de adiar e comprei logo minha passagem para Roma, tirei uma sexta feira de folga no trabalho para aproveitar 3 dias na cidade eterna.

Cheguei no aeroporto Fiumicino ( 30 minutos de Roma) as 18h00, comprei o bilhete do trem para ir até a estação principal e fui informado que deveria pegar o trem do portão 2, olhei para o portão e haviam dois trilhos, um a direita e outro a esquerda. No da esquerda já tinha um trem parado, como faltavam apenas alguns minutos para a partida eu corri e quando a porta estava quase fechando eu perguntei para algumas pessoas dentro do trem: este vai para a estação Termini? (em inglês) Logo uma pessoa me responde: Sim, Sim, entre, rápido !

Dentro do trem conversei um pouco com esse Italiano, ele me mostrou que o bilhete dele também era para a mesma estação que a minha, logo em seguida ele saiu para outro vagão. Despreocupado, sentei tirei um cochilo e quase uma hora depois eu ainda não havia chegado, muitas pessoas já haviam saído do meu vagão, então resolvi perguntar para uma mulher que estava perto de mim quanto tempo faltava para a Roma, bom ela não falava nada de inglês, eu nada de italiano, mas com mímica e o bilhete na mão ela entendeu onde eu queria ir e com cara de espanto disse que eu estava no trem errado ou que já havia passado e que deveria voltar.

Desci na próxima parada, num lugarzinho escuro sem funcionários e poucas pessoas, depois de algumas tentativas, por sorte, encontrei um rapaz que felizmente falava o mínimo de inglês para me ajudar, ele me disse que eu deveria ter pego um outro trem (direto) e que eu já tinha passado uns 40min de Roma (não tenho idéia de onde eu chegaria), mas que poderia voltar e pegar um metrô em umas das cidades ao redor de roma. Como ele também estava indo para a mesma estação que eu simplesmente o segui.

Moral da história, quem tem boca vai a Roma, mesmo com o trem errado. Provei o teorema !

Tirando este divertido incidente, tudo correu muito bem em Roma. Encontrei com um amigo do CouchSurfing que é romano e me mostrou muito pontos interessantes da cidade. Roma é um lugar para se conhecer a pé, prepare as canelas e ande muito é história por todo lado. É realmente um lugar para se sentir um ignorante (no meu caso que não prestei atenção nas aulas de história), então a estratégia é ficar perto dos grupos de turistas e ouvir as explicações do guia, hehe.

Não compre água, tem fontes de água pura e fresca por todo lado (carregue apenas uma garrafa para reabastecer).



Comer em Roma foi uma das coisas que eu mais gostei, pela qualidade e bom preço. Listei alguns lugares:

Graziela e Alberto da SPINOSI a S. Pietro. Via del Mascherino, Roma, 60. Próximo ao museo do vaticano (Mapa)




Um casal muito divertido mantém o restaurante. Eles discutem o tempo todo (ou apenas conversam, nunca sei em italiano). Pratos generosos, é bom estar com fome. Entre 15,00 e 20,00 EUR come-se bem com direito ao prato, salada, vinho, água e café :)



Pizzeria da Pasquale, Via dei prefetti, 34, Roma. Próximo de Piazza del Parlamento. (Mapa)



Um  lugarzinho pequeno, porém bem interessante onde a pizza quadrada por quilo e com ótimo preço. Ou seja, você pode escolher o que quizer, pezar e comer. Melhor pizza que eu comi em Roma ! Com 10,00 EUR você faz a festa.




Trastevere (Mapa), é uma região com muitos pequenos restaurantes e bares, boa comida e bom preço. Interessante visitar a noite, caminhe pelas ruas estreitas e escolha um dos restaurantes, em geral pizzas e massas são boas em qualquer lugar por ali. Se quiser provar um prato típico de Roma peça o Carbonara (basicamente uma massa com creme de ovos e bacon) eu adoro. Custa entre 7,00- 12,00 EUR.

Conhecer uma cidade com uma pessoa local tem suas vantagens, como por exemplo saber onde fica o melhor sorvete italiano. Acho que deixaria de ver o coliseu para tomar esse sorvete..

Palazzo Del Freddo. Via Principe Eugenio, 65, Roma (Mapa)




Não vou falar muito sobre os pontos mais turísticos da cidade porque encontramos isso em qualquer guia, mas os meus preferidos foram:


  1. Piazza de Spagnia (suba as escadas e caminhe pelo bairro, tem prédios muito bonitos por ali)
  2. Museo do Vaticano (Entrei para ver a Capella Sistina, mas me inpressionei com todo o resto, melhor fazer logo pela manha para evitar filas gigantes)
  3. Fontana di Trevi

Eu me controlei e tirei apenas 700 fotos em Roma, decidi observar mais as cidades que visito enquanto estou nelas, ao invés de passar 90% do tempo tirando fotos e depois vendo em casa. De qualquer forma sempre gosto de ter boas fotos para recordar, fiz uma pequena seleção:


 (clique para ampliar e ver a localização)



Até mais.
Ricardo


Wednesday, August 17, 2011

Sorria, você esta sendo filmado, identificado, rastreado ...

Nos últimos posts falei basicamente de viagens, passeios, etc. Então resolvi escrever um pouco do trabalho também, para não acharem que minha vida aqui é só sombra e água fresca.

Hoje sou engenheiro de pesquisa no INRIA, instituto Francês de pesquisa em computação, em um dos centros localizado no parque tecnológico Sophia Antipolis, o Vale do Silício da França.
O ambiente em aqui é interessante, para os geeks e nerds, claro. É difícil encontrar um engravatado, contudo é fácil encontrar alguém de bermuda e havaianas pronto para discutir física, robótica ou vídeo games. Ahh e a maioria prefere smartphones android a Iphones. :)

O INRIA tem muitas equipes e projetos, e particularmente sou membro da equipe Pulsar que desenvolve projetos na área que chamamos de visão computacional (VC), em poucas palavras, desenvolvimento de sistemas inteligentes que envolvem processamento e análise de imagens/vídeos (estou colocando links no texto para quem quiser mais detalhes).

Existem inúmeras aplicações nesta área, você já deve ter visto, por exemplo, o reconhecimento de faces na sua maquina fotográfica ou controles de vídeo game como o kinect que reconhecem movimentos usando cameras, estas são aplicações que utilizam técnicas de visão computacional. Eu por exemplo, já trabalhei com detecção automática de sinais de transito em imagens, identificação de objetos em imagens aéreas para navegação autônoma de aeronáves não tripuladas, etc..

Hoje a minha função aqui é estudar e desenvolver métodos automáticos para identificação de eventos. O objetivo é analisar o comportamento de pessoas ou objetos em vídeos. Tenho trabalhado com vídeos de pessoas em estações de metrô, meu modelo deverá identificar eventos como, pessoas comprando bilhetes, correndo ou se comportando de forma anormal.

É engraçado trabalhar com estes vídeos, vejo muitas cenas curiosas, quem nunca fez uma gracinha para a camera? Pessoas acenando ou mesmo dançando para a câmera. Portanto quando ver uma camera de agora em diante, não espere estar sendo visto apenas pela pobre pessoa da segurança que poderia estar dormindo ou vendo uma partida da futebol. Estas cameras vão ficar cada vez mais inteligêntes, cuidado, vai começar o big brother da vida real, hehe. Isso me lembra um filme muito bom chamado Controle Absoluto (Eagle Eye) onde as pessoas são monitoradas pela segurança pública o tempo todo.

Também estou tentando aproveitar para conhecer outros projetos no INRIA, existem muitas coisas interessantes sendo desenvolvidas por aqui. Semana passada eu fui voluntário de um experimento de navegação em um ambiente de realidade virtual. Era uma uma sala com projeções nas 3 paredes (frontal e laterais) além do chão. Coloquei óculos 3D e alguns dispositivos nas mãos para reconhecer meus movimentos. O objetivo era explorar alguns ambientes virtuais e realizar algumas tarefas simples como, seguir alguns caminhos e tocar em algums objetos.

Laboratório de navegação imersiva INRIA


Eu explorando o ambiente virtual, infelizmente não conseguimos os mesmos efeitos na foto, mas o cão parecia muito real, ele se levantava e latia quando eu me aproximava dele.


Eu sempre fui fascinado por ciência, pois me faz “enxegar” o futuro. Muitas das coisas que estamos estudando podem melhorar nossas vidas e fazer parte de nosso cotidiano em anos ou talvez décadas. Mas antes de vir para França desta vez, eu também tive uma excelente experiência profissional de um ano e meio, onde pude aprender muito sobre o mundo dos negócios. Então, voltar para o meio científico tem sido uma experiência muito diferente das outras vezes, pois tenho uma visão muito mais prática e objetiva das coisas, o que nem sempre acontece neste ambiente. Espero encontrar um meio termo para minha futura carreia, entre a industria e a ciência. :)

Postarei quando tiver mais alguma experiência interessante, até o próximo post !